segunda-feira, 23 de abril de 2007

A incapacidade das palavras...

Sonhar é bom?
Você já parou pra pensar que a palavra sonho pode significar coisas distintas pra você e para mim?

E quando você se refere a sonho usa de toda sua experiência e, por eu ter tido muitos sonhos ruins, posso associar a palavra sonho com coisas negativas, diferentemente de você?

Esse é um exemplo bastante simplório, mas diz muito quando pensamos na incapacidade das palavras. Elas, muitas vezes, não são o que parecem. As palavras são usadas pelos homens na tentativa de expressar uma interpretação da realidade vivenciada por eles mesmos ou por outras pessoas.

Quando outra pessoa vive uma experiência e me fala sobre isso, de fato, ela já está interpretando a realidade vivenciada e se comunica através das palavras. Eu, com as minhas experiências, "entendo" essas palavras e faço a minha interpretação sobre a realidade do outro que me foi apresentada.

Quando conto pra outra pessoa sobre essa realidade vivenciada pela primeira, uso novamente de palavras que pra mim significam algo para tentar expressar a minha interpretação do fato que me foi apresentado.

Estou dizendo isso pra mostrar com que facilidade um sentido pode ser deturpado ao longo das interpretações que passam de pessoas pra pessoas. Por isso é tão importante o exercício de contextualização de determinado fato para que eu possa fazer alguma análise dele.

O que isso tem a ver com a unidade dos cristãos?

Tudo!
Estou recheado de pré-conceitos quando me aproximo de outros cristãos. Seja pelo fato de um dia alguém ter me contado uma história relacionada a um cristão de outra denominação ou porque eu mesmo ouvi outros cristãos dizendo algumas coisas que me feriram. E eu não me preocupei em saber do contexto daquelas palavras, nem mesmo quem eram aqueles cristãos tão “distintos” de mim.

Não sou defensor da teoria da relativização total das palavras e nem afirmo que está nisso a solução de todos os nossos problemas. Mas posso atestar o quanto eu acreditei em palavras e percebi que, muitas vezes, elas simplesmente não diziam quase nada da verdade que eu pensava ter encontrado.

A melhor opção de se chegar à verdade é procurar pelo que se esconde por detrás das palavras. É buscar sentido nas palavras. É transcender as formas “duras” das palavras. É olhar para textos sobre a teologia da libertação ou pentecostalismo e enxergar nos dois uma busca pela verdade, mesmo que um ou ambos não me agradem.

Não sei se consegui expressar o que sinto.
Afinal... tenho consciência da incapacidade das palavras!

Que o Senhor nos instrua no amor!
Penso que assim conseguiremos chegar à verdade do outro colocando as palavras a serviço da unidade dos cristãos. Diremos não a nossa vontade de interpretar os fatos sem nos preocuparmos com o contexto.

“O texto sem contexto pode ser um pretexto”.

2 comentários:

GB Silva disse...

=]

lisieux disse...

Vc se fez entender sim, e muito bem! Que o Senhor nos ajude a nos despir de nossos pré-conceitos e que possamos viver a verdadeira unidade, em nome de Jesus, o Senhor.
Bjokas e bom feriado
lis