“A unidade é fruto da intimidade com Deus...” já dizia Sto Inácio de Antioquia, considerado pela Igreja Católica o doutor da unidade.
As vezes questiono qual o meu verdadeiro chamado enquanto um cristão que luta pela unidade da Igreja de Cristo. Será que meu dever é divulgar o ecumenismo defendendo-o com unhas e dentes? Hoje sinto que isso não é a essência do meu chamado...
João Paulo II em sua encíclica “UT UNUM SINT” disse que o primeiro passo para se viver a unidade é a conversão sincera do coração a Cristo. Não promovo o ecumenismo pelo simples fato de eu, católico, querer estar com irmãos evangélicos. Promovo o ecumenismo quando, de fato, acredito que ao estar com os irmãos evangélicos me aproximo mais de Deus. É essa convicção que incomoda e profetiza o amor nos dias atuais. As pessoas não devem enxergar em mim um Renato ecumênico, mas um Renato que busca a Deus mais que tudo e acredita que seu caminho de santidade passa pela unidade dos cristãos.
A unidade dos cristãos não é um fim! A unidade dos cristãos é um fruto... Entendo que ecumenismo, ou seja, a abertura para o diálogo e acolhimento de cristãos de outras denominações favorece à minha intimidade com o Pai e favorece também a intimidade dos outros cristãos com o Pai.
A Trindade Santa é o exemplo maior de Unidade para os cristãos. Arquétipo maior de união e amor não há! E eu só expressarei o amor dessa Trindade se eu estiver, também, unido à ela. Mas como unir-me a ela?
Se observarmos os versículos do capítulo 15 do evangelho de João encontraremos Jesus se auto denominando: “Eu sou a verdadeira videira” e assim nos convida, como bons ramos, a dar frutos estando em permanência com Ele. “Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto”, “se observais meus mandamentos permanecereis no meu amor”, “este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros”.
Compreendo com essas palavras de Jesus que a unidade dos cristãos é fruto desses ramos que se comprometem a estar unidos à verdadeira videira. Compreendo também que buscar a unidade através do ecumenismo (amor entre os cristãos) é uma porta para que eu me torne íntimo de Cristo e unido à Trindade.
Dessa forma, o amor que eu dispenso aos outros cristãos é ao mesmo tempo fruto da minha união com a Trindade e caminho para minha união com Ela.
Santa complexidade!
Plena simplicidade!