Me lembro muito bem do dia que o Dani (protestante e hoje um grande amigo) me tratou com tanta dignidade que fiquei bolado. Foi uma atitude super simples que desencadeou uma série de questionamentos em mim mesmo:
“Como seria o relacionamento dele com Deus?” ou melhor...
“Que Deus era esse que parecia impulsionar o Dani a querer estar junto de um cara que não era da sua religião?”
O que incomodava é que eu sentia que ele não queria me “converter”, ele simplesmente disse:
Incomodava pensar que ele nem perguntou qual era minha religião...Cara, a gente abre espaço pra vcs tocarem também!
E esse incômodo gerou em mim uma curiosidade...
Quem era esse Daniel que se comportava como Jesus?
Daí comecei a insistir em e-mails, troca de idéias no RU (Restaurante Universitário), depois veio o MSN e hoje temos uma relação muito saudável. Tenho um grande amigo, que muitas vezes é usado por Deus na minha vida de uma forma extraordinária.
A amizade com o Dani tem crescido e a enxergo como um belo desafio que tem sido vencido a cada dia. Somos bem diferentes, no entanto, desde o início entendemos que no essencial somos um. Existe um Deus que nos une!
Bom, os desafios só estavam começando...
É “engraçado” como Deus encaminha as coisas para que eu não me distancie do chamado primeiro que Ele me fez. Está sempre colocando oportunidades para eu viver a unidade suplicada por Jesus.
Pelo Dani entrei em contato com o pessoal da ABU (Aliança Bíblica Universitária) que é um grupo evangélico interdenominacional que tem como lema “Estudante evangelizando estudante” e pra isso usam de variados meios como estudos bíblicos, vídeo-debates e outros...
Conheci outros cristãos tão acolhedores como o Dani e outros não tão acolhedores assim, mas o legal é que passei a não me importar negativamente com a desconfiança que alguns tinham, entendendo que assim como eu era repleto de pré-conceitos outros podem tê-los também.
Quero mencionar um exemplo (quando ele ler esse texto vai até se surpreender): O Marquinho (Marcos Nazareh que é presbiteriano) me pareceu ser intolerante e descofiado quando o conheci. E graças a Deus tive a oportunidade de fazer duas matérias comuns às dele e desfrutar da sua companhia por um período e como foi bom! Quebrei mais pré-conceitos...
Quando ouvi o Marquinho falando sobre algumas dificuldades que ele tinha eu não acreditei. Foi como ver um gigante chorar...
Pude ver o quanto Jesus trabalha a humildade e consciência da própria pequenez naqueles que o seguem... Foi extremamente edificante, para mim, ouvir algumas confissões do Marquinho e entender que eu não era o único que sofria no mundo...
E nunca esquecerei do dia em que ele me disse:
Essa frase me marcou profundamente. Quando estou meio desanimando na minha caminhada lembro-me dela e decido, novamente, a seguir no caminho da unidade.Pode nossa convivência terminar por aqui, mas o que descobri com nossa amizade não vai me deixar olhar para os católicos da mesma forma que eu olhava antes...
Ultimamente tenho tido uma amizade muito enriquecedora com o Gustavo (Presbiteriano e vice-presidente da ABU-Viçosa), um dos autores desse blog. O Fiote, como o chamo, tem sido um exemplo no que diz respeito ao cuidado com as palavras. Ele sempre está buscando entender mais profundamente o que digo e está sempre preocupado se estou entendendo o que ele quer dizer...
Temos crescido muito! E vejo, claramente, o quanto Deus tem agido através dele para concretizar seu plano de unidade na sociedade.
O Gustavo me disse que quando ouvia falar de mim como um católico muito temente a Deus ele logo pensava que eu fosse um católico rebelde, daqueles que não acredita em santos, Maria e outros pontos fortes da doutrina católica. Nos conhecemos, começamos a conversar até que um dia ele me perguntou sobre essas coisas e depois de longas conversas eu o perguntei: “Vc acha que minha fé católica tem me impedido de viver o essência do cristianismo?”. A partir daí começamos a entender que muitas vezes nos apegamos a determinados textos bíblicos para exaltar nossas diferenças e nos preocupamos pouco em viver o essencial: amor!
Da mesma forma como o Fiote tinha os pré-conceitos dele eu também tinha os meus.
Um dia virei pra ele e disse: “Não entra na minha cabeça essa tal de doutrina da pré-destinação tão exaltada por Calvino!”... E ele me dispôs a explicar o significado dessa doutrina na vida dele... Vixe... Quase chorei! Por mais que eu não concorde com a doutrina em si, tive que reconhecer como ela estava sendo usada para aproximar o Gustavo da essência do evangelho. A partir desse dia entendi mais da incapacidade das palavras. Eu não compreendo as palavras da pré-destinação, mas pude experimentar de algo muito novo e estranho, eu vi sentido nelas pelo testemunho do Gustavo. Espero que um dia ele mesmo fale sobre essa questão da incapacidade das palavras...
Outra coisa que tenho observado com a nossa amizade é que não precisamos ficar falando sobre o desejo de viver a unidade. A nossa unidade já fala por ela mesma! É notável como as pessoas à nossa volta, de certa forma, são atingidas pelo desejo de viver a essência do evangelho e por nosso destemor em sermos constrangidos pela diferença do outro.
Obrigado amigos, por me darem companhias tão cheias de Deus...
Conto com vocês para vencer outros desafios que virão...
E eles virão!
Mas temos um Deus de milagres que trabalha por nós.
Esperemos e confiemos em sua Graça e ajamos como “pequenos Cristos”!
* Esses três exemplos são uma pequena parte do que tenho vivido desde que me decidi ser um autêntico ecumênico. Com certeza, as amizades que tenho tido com cristãos católicos e não-católicos dariam um belo livro...
4 comentários:
ola pessoal!
muito boa essa inicitiva de vcs!!!
Deus os abençõe!!
obs:
Renato, foi bom ler um pouquinho mais sobre vc!!
abraços
Fiquei emocionado.
Sua amizade me encoraja a vencer meus medos e prosseguir rumo a CRUZ.
Abração
obs.: Em breve, meu post sairá!
Fico esperando o livro então!!
Um abraço,
Denis
Caro Renato, Ana Luisa, Gustavo e André.
Gostaria de manifestar minha admiração e alegria pela iniciativa de vocês, que fazendo uso dos meios de Comunicação, faz chegar ao mundo o apelo de unidade que Cristo nos faz.
Como Coordenador da Dimensão Ecumênica da Arquidiocese de Mariana, ainda não perdir o interese e principalmente a vontade de conhecê-los.
Temos a nível de CONIC -MG muitas propostas para vocês. Com a nova diretoria que tomou pose no final de 2006 o nosso Presidente, Pastor Adilson (Luterano), manifestou a vontade de expandir várias "celulas" do CONIC em todo o Estado de Minas, ou seja, criarmos vários núcleos do Conic em algumas cidades polos. E eu conversando com ele, apresentei como possibilidade a cidade de Viçosa que tem todas as condições de possuir um núcleo, assim como Ouro Preto, Barbacena, Lafaiete, entre outras.
Peço-lhes que mantenhamos os contatos. Após o Carnaval gostaria de lhes fazer uma visita e conhcer melhor o grupo; algo muito simples, mas com muita vontade de impulsioná-los ainda mais nesta linda Missão da Unidade. Vamos conversar e agendar. Talvez eu leve comigo alguns amigos, que igualmente desejam abraçar a mesma causa.
Lembro-lhes também que em Agosto acontecerá uma reunião ampliada do CONIC de Minas Gerais aqui em Ouro Preto. Estarei acolhendo delegados de todo o Estado. E gostaria muito que vocês fizessem parte deste momento.
Unidos num só pensamento, numa só força, num só coração, numa só alma e por um só Deus que é o Pai de todos, deixo-lhes meu abraço e minha Benção!
Com Carinho,
Pe. César Eduardo de Assis Moreira
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