domingo, 11 de fevereiro de 2007

Vivendo desafios humanizantes, amizades sinceras...

Desde de 2004 tenho tentando viver de forma harmoniosa com cristãos não-católicos. Ainda nesse ano percebi que Deus me chamava a viver verdadeiramente o Ecumenismo. Toda a abertura de coração começou por causa da postura de um carioca que me incomodou profundamente...
Me lembro muito bem do dia que o Dani (protestante e hoje um grande amigo) me tratou com tanta dignidade que fiquei bolado. Foi uma atitude super simples que desencadeou uma série de questionamentos em mim mesmo:
“Como seria o relacionamento dele com Deus?” ou melhor...
“Que Deus era esse que parecia impulsionar o Dani a querer estar junto de um cara que não era da sua religião?”
O que incomodava é que eu sentia que ele não queria me “converter”, ele simplesmente disse:

Cara, a gente abre espaço pra vcs tocarem também!

Incomodava pensar que ele nem perguntou qual era minha religião...
E esse incômodo gerou em mim uma curiosidade...
Quem era esse Daniel que se comportava como Jesus?
Daí comecei a insistir em e-mails, troca de idéias no RU (Restaurante Universitário), depois veio o MSN e hoje temos uma relação muito saudável. Tenho um grande amigo, que muitas vezes é usado por Deus na minha vida de uma forma extraordinária.
A amizade com o Dani tem crescido e a enxergo como um belo desafio que tem sido vencido a cada dia. Somos bem diferentes, no entanto, desde o início entendemos que no essencial somos um. Existe um Deus que nos une!
Bom, os desafios só estavam começando...

É “engraçado” como Deus encaminha as coisas para que eu não me distancie do chamado primeiro que Ele me fez. Está sempre colocando oportunidades para eu viver a unidade suplicada por Jesus.
Pelo Dani entrei em contato com o pessoal da ABU (Aliança Bíblica Universitária) que é um grupo evangélico interdenominacional que tem como lema “Estudante evangelizando estudante” e pra isso usam de variados meios como estudos bíblicos, vídeo-debates e outros...
Conheci outros cristãos tão acolhedores como o Dani e outros não tão acolhedores assim, mas o legal é que passei a não me importar negativamente com a desconfiança que alguns tinham, entendendo que assim como eu era repleto de pré-conceitos outros podem tê-los também.
Quero mencionar um exemplo (quando ele ler esse texto vai até se surpreender): O Marquinho (Marcos Nazareh que é presbiteriano) me pareceu ser intolerante e descofiado quando o conheci. E graças a Deus tive a oportunidade de fazer duas matérias comuns às dele e desfrutar da sua companhia por um período e como foi bom! Quebrei mais pré-conceitos...
Quando ouvi o Marquinho falando sobre algumas dificuldades que ele tinha eu não acreditei. Foi como ver um gigante chorar...
Pude ver o quanto Jesus trabalha a humildade e consciência da própria pequenez naqueles que o seguem... Foi extremamente edificante, para mim, ouvir algumas confissões do Marquinho e entender que eu não era o único que sofria no mundo...
E nunca esquecerei do dia em que ele me disse:

Pode nossa convivência terminar por aqui, mas o que descobri com nossa amizade não vai me deixar olhar para os católicos da mesma forma que eu olhava antes...

Essa frase me marcou profundamente. Quando estou meio desanimando na minha caminhada lembro-me dela e decido, novamente, a seguir no caminho da unidade.

Ultimamente tenho tido uma amizade muito enriquecedora com o Gustavo (Presbiteriano e vice-presidente da ABU-Viçosa), um dos autores desse blog. O Fiote, como o chamo, tem sido um exemplo no que diz respeito ao cuidado com as palavras. Ele sempre está buscando entender mais profundamente o que digo e está sempre preocupado se estou entendendo o que ele quer dizer...
Temos crescido muito! E vejo, claramente, o quanto Deus tem agido através dele para concretizar seu plano de unidade na sociedade.
O Gustavo me disse que quando ouvia falar de mim como um católico muito temente a Deus ele logo pensava que eu fosse um católico rebelde, daqueles que não acredita em santos, Maria e outros pontos fortes da doutrina católica. Nos conhecemos, começamos a conversar até que um dia ele me perguntou sobre essas coisas e depois de longas conversas eu o perguntei: “Vc acha que minha fé católica tem me impedido de viver o essência do cristianismo?”. A partir daí começamos a entender que muitas vezes nos apegamos a determinados textos bíblicos para exaltar nossas diferenças e nos preocupamos pouco em viver o essencial: amor!
Da mesma forma como o Fiote tinha os pré-conceitos dele eu também tinha os meus.
Um dia virei pra ele e disse: “Não entra na minha cabeça essa tal de doutrina da pré-destinação tão exaltada por Calvino!”... E ele me dispôs a explicar o significado dessa doutrina na vida dele... Vixe... Quase chorei! Por mais que eu não concorde com a doutrina em si, tive que reconhecer como ela estava sendo usada para aproximar o Gustavo da essência do evangelho. A partir desse dia entendi mais da incapacidade das palavras. Eu não compreendo as palavras da pré-destinação, mas pude experimentar de algo muito novo e estranho, eu vi sentido nelas pelo testemunho do Gustavo. Espero que um dia ele mesmo fale sobre essa questão da incapacidade das palavras...
Outra coisa que tenho observado com a nossa amizade é que não precisamos ficar falando sobre o desejo de viver a unidade. A nossa unidade já fala por ela mesma! É notável como as pessoas à nossa volta, de certa forma, são atingidas pelo desejo de viver a essência do evangelho e por nosso destemor em sermos constrangidos pela diferença do outro.

Obrigado amigos, por me darem companhias tão cheias de Deus...
Conto com vocês para vencer outros desafios que virão...
E eles virão!
Mas temos um Deus de milagres que trabalha por nós.
Esperemos e confiemos em sua Graça e ajamos como “pequenos Cristos”!


* Esses três exemplos são uma pequena parte do que tenho vivido desde que me decidi ser um autêntico ecumênico. Com certeza, as amizades que tenho tido com cristãos católicos e não-católicos dariam um belo livro...

4 comentários:

Alberto Vieira disse...

ola pessoal!

muito boa essa inicitiva de vcs!!!

Deus os abençõe!!


obs:

Renato, foi bom ler um pouquinho mais sobre vc!!

abraços

GB Silva disse...

Fiquei emocionado.

Sua amizade me encoraja a vencer meus medos e prosseguir rumo a CRUZ.

Abração

obs.: Em breve, meu post sairá!

Anônimo disse...

Fico esperando o livro então!!
Um abraço,
Denis

Padre César disse...

Caro Renato, Ana Luisa, Gustavo e André.

Gostaria de manifestar minha admiração e alegria pela iniciativa de vocês, que fazendo uso dos meios de Comunicação, faz chegar ao mundo o apelo de unidade que Cristo nos faz.
Como Coordenador da Dimensão Ecumênica da Arquidiocese de Mariana, ainda não perdir o interese e principalmente a vontade de conhecê-los.
Temos a nível de CONIC -MG muitas propostas para vocês. Com a nova diretoria que tomou pose no final de 2006 o nosso Presidente, Pastor Adilson (Luterano), manifestou a vontade de expandir várias "celulas" do CONIC em todo o Estado de Minas, ou seja, criarmos vários núcleos do Conic em algumas cidades polos. E eu conversando com ele, apresentei como possibilidade a cidade de Viçosa que tem todas as condições de possuir um núcleo, assim como Ouro Preto, Barbacena, Lafaiete, entre outras.
Peço-lhes que mantenhamos os contatos. Após o Carnaval gostaria de lhes fazer uma visita e conhcer melhor o grupo; algo muito simples, mas com muita vontade de impulsioná-los ainda mais nesta linda Missão da Unidade. Vamos conversar e agendar. Talvez eu leve comigo alguns amigos, que igualmente desejam abraçar a mesma causa.
Lembro-lhes também que em Agosto acontecerá uma reunião ampliada do CONIC de Minas Gerais aqui em Ouro Preto. Estarei acolhendo delegados de todo o Estado. E gostaria muito que vocês fizessem parte deste momento.

Unidos num só pensamento, numa só força, num só coração, numa só alma e por um só Deus que é o Pai de todos, deixo-lhes meu abraço e minha Benção!

Com Carinho,

Pe. César Eduardo de Assis Moreira