sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Buscar a unidade, um jeito de ser...

Tenho aprendido que pessoas diferentes, como nós somos, têm formas diferentes para compreender e viver o evangelho. Basta pensarmos no processo que acontece para se julgar alguma coisa, tudo depende da experiência particular de cada um, depende de como a moral individual é desenvolvida e sentida.

Na minha vida, de forma muito pessoal, tenho compreendido o evangelho na perspectiva da unidade. Buscá-la passa a se confundir com minha vontade de viver o evangelho e ser santo. Tenho “pagado” um certo preço por isso.

Um dos desafios desse caminho é almejar primeiramente uma unidade com Deus. Não é fácil reduzir a dissonância que existe entre o “meu querer” e o querer divino. Não é fácil controlar o meu desejo de controlar tudo! Confiar no Bom Deus e me abandonar em sua providência é uma luta!

Um outro desafio é o de viver a unidade comigo mesmo. Um auto-conhecimento profundo faz com que minha “parte ruim” e a “parte boa” se integrem e assim eu seja perfeitamente humano, não mais tão fragmentado! Esse conhecimento de minha essência faz com que eu tenha mais o que oferecer para o outro, compreendo a minha diferença e passo a usá-la.

Começo a enxergar que esse chamado de viver a unidade é muito mais profundo do que eu imaginava... Não se trata de uma especificidade ligada às diferenças cristãs, mas é um jeito de viver os ensinamentos de Cristo, um jeito de viver o céu na terra. Um jeito de ser o “amor” no coração da Igreja.

Ultimamente tenho sido muito apresentado às divisões da Igreja! E são muitas... Mas tenho tentado ter uma postura diferente do que estamos acostumados. Deixo-me primeiramente ser atingido por essas divisões. Reconheço que faço parte delas e procuro viver a unidade com Deus, comigo mesmo e então parto para uma atitude de unidade para com a Igreja.

Tento aproveitar dessas divisões pra levar a paz profunda de Jesus. Mas viver isso realmente não é fácil, pois existem algumas pessoas, às vezes por motivos desconhecidos, com quem não me sinto nenhum pouco à vontade para iniciar um diálogo. Talvez esse seja o maior desafio! Mas aí então conto com a graça de Deus...

Em determinados momentos preciso também ser humilde e reconhecer que tais situações não são da minha alçada. Deixo que Deus use dos seus insondáveis caminhos e resolva os problemas... Mas até chegar até a esse tipo de pensamento trato a situação difícil com a mesma importância que trato as outras e faço o mesmo caminho de reflexão que proponho para a vivência da unidade. Unidade com o Pai, Unidade comigo, Unidade com a Igreja.

Sinto que tenho muito o que aprender... Também sinto uma imensa gratidão por tudo que o Senhor tem feito em minha vida e por toda instrução paciente comigo. Agradeço ainda a cada amigo que tem permitido essa experiência de unidade em nossos relacionamentos. Conto com a importância de cada um para amadurecer nesse jeito de ser um...

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