terça-feira, 7 de agosto de 2007

Resposta à carta aberta

Olá Renato. Peço perdão pela demora em responder. Tenho motivos para isso, ainda que sejam incompletos diante da urgência que esse assunto tem em nossa vida cristã. Bom, quero antes dizer dois motivos pelos quais adiei essa carta-aberta endereçada a você e nossos leitores.

Primeiramente, tive medo. Isso mesmo: medo. Não gostaria de usar os mesmos artifícios retóricos que os opositores da unidade utilizaram após a divulgação da noticia sobre a visão eclesiástica da Igreja Católica. Aliás, eles nunca estiveram tão satisfeitos como atualmente. Por isso, tive receio em usar dessa carta para defender meu lado e, portanto, ser de alguma forma injusto.

Em segundo lugar, fiquei muito triste pela posição oficial do Vaticano. Esperava mais. Pensava eu que nosso caminhar na Unidade seria suficiente para que a cúria romana nos enxergasse em pé de igualdade com os católicos. Engano meu.

Isso é normal. Expectativas mal cumpridas nos trazem decepções. Por alguns dias pensei em deixar essa de ecumenismo de lado. Pensei: “o que adianta eu reconhecê-los como irmãos sendo que somos considerados APENAS irmãos separados em comunidades eclesiais”?

E mais uma vez o amor vence o medo. A esperança subverte as expectativas. Se o Vaticano determinar que novamente somos hereges [1], minha luta pela unidade permanecerá. Ficarei nervoso, pensarei em desistir, discutirei com você, porém, no fim, a voz que ecoa no meu coração continuará a dizer: “assim como Eu e o Pai somos um, meu desejo é que vocês sejam um”.

Ai, como é difícil! Enquanto penso em elaborar esse parágrafo, vou me armando, buscando justificativas teológicas para provar que somos igualmente Igreja. Mas eu desisto. Quero que Cristo em mim e em nós, protestantes, mostre o contrário, assim como um dia deixamos de ser hereges, talvez, um dia, seremos considerados igualmente Igreja.

Para terminar, quero dizer que estou disposto a ser um com vocês, custe o que custar. Quando eu ver algum protestante falando mal de vocês, vou continuar a defender vocês. Que nosso amor mútuo constranja aqueles que opõem nossa unidade. Por isso amigo, não se preocupe: continuaremos juntos nessa caminhada, até que Ele venha.

Um abraço sincero,

Gustavo Bianch

[1] Até o concílio Vaticano II, o protestantismo era considerado heresia.

3 comentários:

GB Silva disse...

Espero não ter ofendido ninguem com o conteudo. Me coloco a disposição para responder qualquer equívoco.

Abraços

will jesse dias disse...

A unidade entre vcs, como irmaos e amigos, tem me inspirado a continuar e amadurecer na mesma luta. Os resultados podem nao estar sendo globais, ainda, mas e passo a passo q se caminha pro alvo. Paciencia, amor, esperanca e sabedoria...
Em unidade de espirito e espirito de unidade...

Renato Luiz disse...

Fiote,
Brigado por tudo!