Olá meus amigos, tudo bem? Depois de uma sumida, a saudade desse blog me fez hoje deixar aqui uma reflexão do cardeal José Saraiva Martins, no contexto da semana da oração pela unidade dos cristãos (ano 2003). Um texto um pouco antigo, mas muito atual, pois a busca da unidade em Deus sempre será um desafio e uma vontade que transporá todos os tempos.
Frente a todas as dificuldades dos tempos que vivemos, creio que um dos antídotos para os problemas da humanidade seja a busca pelo ecumenismo verdadeiro. O cardeal vê o ecumenismo não como um acessório, uma questão mais ou menos importante, mas um dever urgente de todos os cristãos. Antes de deixar este mundo, Jesus pediu ao Pai "que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti" (Jo 17, 21). A unidade pedida por Cristo para os seus discípulos constitui uma participação na unidade existente entre o Pai e o Filho: "Como Tu estás em mim e Eu em ti"; uma reprodução ou, se quisermos, um reflexo visível da própria unidade trinitária. É por esta unidade do seu Corpo místico que Cristo se oferece a si mesmo "em sacrifício" (cf. Jo 13, 1).
Devemos realçar o fato de que Jesus pede o dom da unidade não só para os discípulos que se sentam à mesa com Ele, para celebrar a Páscoa, mas "também para todos os que acreditarem em mim, depois de terem escutado a sua palavra" (Jo 17, 20) e, mediante o batismo, formarem ao longo dos séculos o seu Corpo terrestre, que é a Igreja. Ele deu a sua vida por eles e por todos. Com efeito, morreu para "reunir os filhos dispersos" (Jo 11, 52). E estes filhos dispersos eu entendia como sendo todos os descrentes da graça do Pai, mas hoje passo a acreditar que somos os primeiros a nos incluir neste rebanho (católicos e protestantes), visto que o rebanho é disperso, havendo a necessidade para o cristão de acolher, respeitar e amar aquilo que lhe é diferente, assim como Jesus fazia com todos.
Isto não se trata de uma proposta utópica de unir os diferentes, de acordo com o cardeal, o compromisso ecumênico é uma tarefa irrenunciável, que pertence a todos os batizados. Obviamente, cada um segundo o papel, o carisma e a competência que lhe são próprios.
“Senhor, tomai conta de nossas atitudes e nos dê coerência em nossas ações. Que a busca do semelhante entre católicos e protestantes seja uma fonte viva do teu evangelho e uma forma de nos voltarmos para este mundo de tantos problemas e desilusões. A evangelização necessita da unidade, e que ela seja mais real no dia de hoje com a Tua benção sobre todos os protestantes que levam o amor a lugares que nós católicos não temos acesso, e que o mesmo aconteça conosco, pois assim tenho fé de que o desejo de amor trazido por Jesus possui mais sentido.”
Nos guarde neste caminho
Amém